Nossa Senhora dos Navegantes (Nossa Senhora das Candeias)
Consta  que o início da devoção à Nossa Senhora dos Navegantes originou-se na  Idade Média por ocasião das Cruzadas, quando os cristãos invocavam a  proteção de Maria Santíssima. Sob o título de "Estrela do Mar", rogavam  sua proteção os cruzados que faziam a travessia pelo Mar Mediterrâneo em  direção à Palestina.
É  a padroeira não só dos navegantes, mas também de todos os viajantes.  Tal tradição foi mantida entre os marítimos e foi difundida pelos  navegadores portugueses e espanhóis, disseminando-se entre os pescadores  litorâneos principalmente nas terras colonizadas pela Espanha e  Portugal. As conseqüências foram a multiplicação de capelas, igrejas e  santuários nas regiões pesqueiras, particularmente no Sul do Brasil,  onde a concentração de cidades que a veneram como padroeira é  significativamente expressiva.
A  estátua de Nossa Senhora dos Navegantes foi trazida pelos portugueses  no século XVIII,em uma das viagens feitas de Portugal para o Brasil. O  dia do ano dedicado a Nossa Senhora dos Navegantes é 2 de fevereiro.
A  designação Nossa Senhora dos Navegantes, originou-se no século XV, com a  navegação dos europeus, especialmente dos portugueses.
Aqueles que viajavam, pediam proteção à Nossa Senhora, para retornarem salvos à pátria.
O  simbolismo da mulher corajosa e orientadora dos viajantes, fez com que  Maria fosse vista como uma eterna vencedora dos inimigos das  tempestades.
Costuma-se festejar o dia que lhe é dedicado, com uma grande procissão fluvial no Brasil.
Também  conhecida pelos devotos como festa de Nossa Senhora das Candeias é  comemorada desde o século IV, substituindo os ritos pré-cristãos da  fertilidade.
Candeias  são pequenos aparelhos de iluminação, suspensos por um prego, com  recipientes de folha-de-flandres, barro, ou outro material, abastecidos  com óleo, no qual se embebe uma torcida.
Segundo  a lei mosaica, todo filho varão deve ser apresentado no Templo após  quarenta dias do seu nascimento, onde a mãe é submetida a um ritual de  purificação.Nossa Senhora se submeteu a essa lei, apresentando o menino  Jesus no Templo Sagrado.
Esta festividade dos luzeiros foi denominada "Candeias", porque ainda  hoje percorre-se o caminho que Maria fez até o Templo. Os fiéis seguem  em procissão, levando nas mãos velas acessas.
Nossa Senhora das Candeias é a padroeira dos alfaiates e das costureiras.
Oração a Nossa Senhora dos Navegantes
Ó Nossa Senhora dos Navegantes,
Mãe de Deus,
Criador do céu, da terra, dos rios, dos lagos e dos mares.
Protegei-me em todas as minhas viagens,
Dos ventos, tempestades, borrascas, 
Raios e ressacas para que não perturbem minha viagem,
E que nenhum incidente ou imprevisto cause alteração,
Ou atrase a minha viagem, 
Nem me desvie da rota traçada.
Virgem Maria,
Senhora dos Navegantes,
Minha vida é uma travessia de um mar turbulento.
As tentações, os fracassos e as desilusões
São ondas impetuosas,
Que ameaçam afundar minha frágil embarcação
No abismo do desânimo e do desespero.
Nossa Senhora dos Navegantes, 
Nas horas de perigo eu penso em vós.
O medo desaparece,
O ânimo, a disposição de lutar 
E de vencer fortalecem-me.
Com a vossa proteção e a bênção de seu filho.
A embarcação da minha vida há de ancorar segura
E tranqüila no porto da eternidade.
Nossa Senhora dos Navegantes, 
Rogai por nós,
Amém.
                                                  Iemanjá
Iemanjá  (yemanjá), a Rainha do Mar, mãe de quase todos os orixás, é exaltada  por negros e brancos. Iemanjá, possui vários nomes: sereia do mar,  princesa do mar, rainha do mar, Inaé, Mucunã, Dandalunda, Janaína,  Marabô, Princesa de Aiocá, Sereia, Maria, Dona Iemanjá; dependendo de  cada região, mas sua origem vem da África. "A Iemanjá brasileira é  resultado da miscigenação de elementos europeus, ameríndios e  africanos". "Afrodite  brasileira", Iemanjá é a padroeira dos amores e muito solicitada em  casos de desafetos, paixões conflituosas, desejos de vinganças, tudo  pode ser conseguido caso ela consinta. Iemanjá exerce fascínio nos  homens, sua beleza é o esteriótipo da beleza feminina: Longos cabelos  negros, feições delicadas, corpo escultural e muito vaidosa.
Têm  poderes sobre todos aqueles que entram em seu domínio, o mar. Venerada e  respeitada por pescadores e todos aqueles que vivem no mar, pois a vida  dessas pessoas estão em suas mãos, segunda a lenda é ela quem decide o  destino das pessoas que adentram seu império: enseadas, golfos e baías.  Dona de poderes, a tranquilidade do mar ou as tempestades estão sob o  seu domínio.
No  sincretismo religioso, Iemanjá tem identidade correspondente a outros  santos, como na igreja católica é Nossa Senhora de Candeias, Nossa  Senhora dos Navegantes, Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora da  Piedade e a Virgem Maria.
Em  cada lugar do Brasil Iemanjá é festejada, mas as datas diferem de um  lugar para outro. No Rio de Janeiro seu culto é festejado no dia 31 de  Dezembro, junto à passagem de ano, onde os devotos oferecem oferendas:  Velas, espelhos, pentes, flores, sabonetes e perfumes... na esperança de  que ela leve todas as tristezas, problemas e aflições para o fundo do  mar e traga dias melhores. Na Bahia sua data é comemorada no dia de  Nossa Senhora das Candeias, 2 de fevereiro. Venerada nos Candomblés da  Bahia, recebe muitas homenagens e oferendas.
Iemanjá  também é conhecida como deusa lunar, rege os ciclos da natureza que  estão ligados a água e caracteriza a "Mudança", na qual toda mulher é  submetida devido a influência dos ciclos da lua.
Mãe de quase todos os órixas, é a deusa da compaixão, do perdão e do amor incondicional.
Casada  com Oxalá, Iemanjá é o arquétipo da maternidade. Outras vezes Iemanjá  continua bela, mas pode apresentar-se como a Iara, metade mulher, metade  peixe, as sereias dos candomblés do caboclo.
Nota:  Em Cuba, Yemayá também possui as cores azul e branca, é uma rainha do  mar negra, assume o nome cristão de La Virgen de la Regla e faz parte da  Santeria como santa padroeira dos portos de Havana.
          MITOLOGIA - LENDA (Arthur Ramos)
Com  o casamento de Obatalá, o Céu, com Odudua, a Terra, que se iniciam as  peripécias dos deuses africanos. Dessa união nasceram Aganju, a Terra, e  Iemanjá (yeye ma ajá = mãe cujos filhos são peixes), a Água. Como em  outras antigas mitologias, a terra e a água se unem. Iemanjá desposa o  seu irmão Aganju e tem um filho, Orungã.
Orungã,  o Édipo africano, representante de um motivo universal, apaixona-se por  sua mãe, que procura fugir de seus ímpetos arrebatados. Mas Orungã não  pode renunciar àquela paixão insopitável. Aproveita-se, certo dia, da  ausência de Aganju, o pai, e decide-se a violentar Iemanjá. Essa foge e  põe-se a correr, perseguida por Orungã. Ia esse quase alcançá-la quando  Iemanjá cai no chão, de costas e morre. Imediatamente seu corpo começa a  dilatar-se. Dos enormes seios brotaram duas correntes de água que se  reúnem mais adiante até formar um grande lago. E do ventre desmesurado,  que se rompe, nascem os seguintes deuses: Dadá, deus dos vegetais;  Xango, deus do trovão; Ogum, deus do ferro e da guerra; Olokum, deus do  mar; Oloxá, deusa dos lagos; Oiá, deusa do rio Niger; Oxum, deusa do rio  Oxum; Obá, deusa do rio Obá; Orixá Okô, deusa da agricultura; Oxóssi,  deus dos caçadores; Oké, deus dos montes; Ajê Xaluga, deus da riqueza;  Xapanã (Shankpannã), deus da varíola; Orum, o Sol; Oxu, a Lua.
Os  orixás que sobreviveram no Brasil foram: Obatalá (Oxalá), Iemanjá (por  extensão, outras deusas-mães) e Xango (por extensão, os outros orixás  fálicos).
Com  Iemanjá, vieram mais dois orixás yorubanos, Oxum e Anamburucu  (Nanamburucu). Em nosso país houve uma forte confluência mítica: com as  Deusas-Mães, sereias do paganismo supérstite europeu, as Nossas Senhoras  católicas, as iaras ameríndias.
A  Lenda tem um simbolismo muito significativo, contando-nos que da  reunião de Obatalá e Odudua (fundaram o Aiê, o "mundo em forma"), surgiu  uma poderosa energia, ligada desde o princípio ao elemento líquido.  Esse Poder ficou conhecido pelo nome de Iemanjá.
Durante  os milhões de anos que se seguiram, antigas e novas divindades foram  unindo-se à famosa Orixá das águas, como foi o caso de Omolu, que era  filho de Nanã, mas foi criado por Iemanjá.
Antes  disso, Iemanjá dedicava-se à criação de peixes e ornamentos aquáticos,  vivendo em um rio que levava seu nome e banhava as terras da nação de  Egbá.
Quando  convocada pelos soberanos, Iemanjá foi até o rio Ogun e de lá partiu  para o centro de Aiê para receber seu emblema de autoridade: o abebé  (leque prateado em forma de peixe com o cabo a partir da cauda), uma  insígnia real que lhe conferiu amplo poder de atuar sobre todos os rios,  mares, e oceanos e também dos leitos onde as massas de águas se  assentam e se acomodam.
Obatalá  e Odudua, seus pais, estavam presentes no cerimonial e orgulhosos pela  força e vigor da filha, ofereceram para a nova Majestade das Águas, uma  jóia de significativo valor: a Lua, um corpo celeste de existência  solitária que buscava companhia. Agradecida aos pais, Iemanjá nunca mais  retirou de seu dedo mínimo o mágico e resplandecente adorno de quatro  faces. A Lua, por sua vez, adorou a companhia real, mas continuou seu  caminho, ora crescente, ora minguante..., mas sempre cheia de amor para  ofertar.
A  bondosa mãe Iemanjá, adorava dar presentes e ofereceu para Oiá o rio  Níger com sua embocadura de nove vertentes; para Oxum, dona das minas de  ouro, deu o rio Oxum; para Ogum o direito de fazer encantamentos em  todas as praias, rios e lagos, apelidando-o de Ogum-Beira-mar,  Ogum-Sete-ondas entre outros.
Muitos  foram os lagos e rios presenteados pela mãe Iemanjá a seus filhos, mas  quanto mais ofertava, mais recebia de volta. Aqui se subtrai o  ensinamento de que "é dando que se recebe". 
Fonte: Deusa Iemanjá
Meu respeito e admiração pela cultura e a crença.
Saudação à Iemanjá, a Rainha do Mar: Odô-fe-iaba! Odô-fe-iaba! Odô-fe-iaba!
Iemanjá
Significado: iya; mãe. Omo; filho. Eja, peixe
Dia da semana: Sábado
Cores: branco e azul (cristal translúcido)
Saudação: O doiá! (odo, rio)
Elemento: água
Domínio: mar, água salgada
Instrumento: abebê (espelho)
Iemanjá é proveniente de uma nação chamada Egbá, na Nigéria, onde existe um rio com o mesmo nome deste orixá.
Ela  seria filha de Olokum (mar) e mãe da maioria dos Orixás. Sua cor é  branca, associada ao orixá Oxalá e juntos teriam feito a criação do  mundo.
Na África, Iemanjá é associada à fertilidade e fecundidade.
Nas  danças míticas, seus iniciados imitam o movimento das ondas executando  curiosos gestos, ora como se estivessem nadan¬do no mar, abrindo os  braços, ora levando as mãos à testa e ele¬vando-as ao céu, indicando as  variações das ondas do mar. 
Iemanjá  segura um leque de metal e um espelho. Tem diversos nomes (ou  qualidades) referentes à diversidade e às diferentes profundidades dos  trechos do rio "Yemoja".
Iemanjá  representa a criação efetivada. O seu leque, chamado abebê, tem em seu  centro um recorte, onde surge o desenho de uma sereia. Em outros modelos  deste apetrecho, constam a lua e a estrela.
Complacente  e pródiga, é responsável pela pescaria farta, além da vida com  abundância de alimentos. Ela não lembra a volúpia das sereias das lendas  européias ou a Iara dos mitos indígenas, mas é representada e cultuada  com muito respeito, pois é a mãe da criação.
         Salve Iemanjá, Rainha do Mar...