
Os cientistas acreditam que o cérebro explica a mediunidade, mas não saberm dizer como.
De  repente, coisas estranhas ocorrem. A pessoa vê vultos inexplicáveis,  ouve vozes de gente que não aparece ou faz previsões que, de tão  acertadas, não parecem ser apenas coincidência.
Depois dos momentos de susto, chega a hora de deixar de negar o fenômeno e tentar conviver com ele.
Os  brasileiros que acreditam ter dons mediúnicos geralmente procuram  centros espíritas  há 14 mil deles no país  e acabam conhecendo gente  com histórias parecidas. "Mas, quando a mediunidade é exuberante, você  não pode evitá-la" , diz Marta Antunes, diretora da Federação Espírita  Brasileira.
As imagens de espíritos ou a inspiração para escrever  uma carta costumam aparecer do nada, como um déjà vu, na hora em que a  pessoa menos espera. É como dizia o médium Chico Xavier: "O telefone toca sempre de lá para cá".
Na  tentativa de ligar daqui para lá, muitas religiões do planeta criam  rituais e provocam um momento de êxtase: o transe. Para os médiuns, o  transe é o ponto alto de sua habilidade, quando conseguem incorporar um  espírito.
Já para os psiquiatras, é um estado alterado de  consciência, assim como a hipnose, que se atinge após um longo processo  de concentração. Rituais com danças frenéticas, mantras, estímulos  luminosos, jejum prolongado e até plantas alucinógenas fariam o  participante sair de si.
Uma boa forma de desvendar a  mediunidade é entender como rituais levam ao transe e como o transe  resulta nos relatos de contato com os espíritos. Por isso, os cientistas tentam estudar o que acontece no cérebro durante esse momento único.
A  busca tem duas frentes. Numa delas há espíritas que tentam explicar e  comprovar cientificamente a mediunidade. É o caso do psiquiatra Sérgio  Felipe Oliveira, professor de medicina e espiritualidade da USP e membro  da Associação Médico-Espírita de São Paulo.
Segundo ele, a  glândula pineal é a responsável pela interatividade com o mundo dos  espíritos. Do tamanho de uma ervilha, a pineal fica no centro do cérebro  e produz a melatonina, hormônio que regula o sono. "É um órgão  sensorial capaz de converter ondas eletromagnéticas em estímulos  neuroquímicos", diz. Oliveira acredita que as pessoas que dizem sofrer  possessões têm na pineal uma quantidade maior de cristais de apatita, um  mineral parecido com o esmalte dentário. Quanto mais cristais, maior  seria a sensibilidade espiritual.
Revista Superinteressante.

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