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segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Um Novo Mundo - Pai Joaquim de Aruanda


Todas as religiõesafirmam que um 'novo mundo', uma nova era, nascerá no planeta Terra. Dizem,ainda, que este novo tempo será caracterizado através de uma transformação noplaneta que trará paz, felicidade e harmonia para os seres humanizados.

As religiões cristãsafirmam que este 'novo tempo' surgirá quando Cristo voltar, outras falam emdiversas mudanças que ocorrerão no planeta.No entanto, apesar da variedade devisões que determinam à chegada do 'novo mundo', todas as religiões sãocategóricas em afirmar que ela será marcada por fenômenos externos quepromoverão a mudança do antigo para o novo.

No entanto, a partir doconhecimento do 'eu' interior de cada um, aprendemos que a paz, a harmonia e afelicidade formam um 'estado de espírito' e que a alteração deste não pode seralcançada por uma mudança produzida pela alteração de fatores externos, masapenas com a reforma do interior de cada um.

Os sentimentos com osquais o espírito encarnado vivencia os acontecimentos da vida carnal é decisãodele mesmo. Eles surgem diante de algum acontecimento de forma não padronizada,ou seja, cada um tem o direito de escolher o que quiser para sentir-se frente acada momento da sua existência. Este é o livre arbítrio que Deus deu aos Seusfilhos.

Desta forma, se o 'novomundo' promoverá uma mudança sentimental na forma de viver dos sereshumanizados (trocar o conflito pela paz; a guerra pela harmonia; o sofrimentopela felicidade), como ensinam todos os mestres, ele não poderá ser alcançadopor fatores externos, mas apenas com a mudança interior de cada um.

Portanto, não será a'volta' de Cristo que poderá trazer a paz para o planeta, mas isto aconteceráquando cada um alterar seu íntimo passando a vibrar (sentir) paz e não maisnutrir os sentimentos que geram conflitos. Não será com a retirada dos"ímpios" do planeta que a harmonia surgirá, mas quando cada umabandonar o desejo de guerrear com os seus irmãos para subjugá-los. Afelicidade só chegará quando o ser humanizado optar por ela e não pela 'escolha'de sentimentos que tragam sofrimentos.

Mas, como deixar deguerrear ou sofrer? Como deixar de optar pelos sentimentos que levam o ser aviver num estado de beligerância com o próximo trazendo infelicidade para si epara os outros? Abandonando o individualismo, o egoísmo, o querer para si mesmo.Somente quando o ser humanizado libertar-se da busca individual durante aencarnação poderá encontrar a paz, a harmonia e a felicidade para si.

O individualismo é o'mal' da humanidade e precisa ser extirpado para que o ser humanizado volte aviver a sua essência espiritual fundido ao Todo (universalismo). Isso porque oegoísmo fere frontalmente o amor ensinado por Cristo (amar ao próximo como a simesmo) e a máxima que caracteriza a caridade: 'dar ao outro o que deseja parasi mesmo'.

Para que oindividualismo exista, no entanto, é necessário que o ser humanizado possua'paixões'. Só quando o espírito encarnado nutre uma 'paixão' (gosta dedeterminada coisa, acredita em determinada verdade) é que surge nele o desejode satisfazer suas paixões (viver o que quer, o que gosta e repudiar o que nãoquer, o que não gosta).

As paixões do serhumanizado são caracterizadas por 'escalas dualistas' que geram as 'paixõespositivas' (querer, gostar) e negativas (não querer, não gostar). Ou seja, oindividualismo é motivado pelas escalas de 'bom' e 'mal', de 'certo' e'errado', de 'bonito' e feio' que cada ser humanizado possui. É deles que surgeo desejo (individualismo) de que o 'certo' aconteça e que o 'errado' não venhaa acontecer.

Mas, porque oconhecimento de cada um sobre o 'bem' e o 'mal' acaba com a paz e a harmoniacom o próximo que leva à felicidade de todos? Porque estes valores sãoindividuais. O 'certo' e o 'errado', o 'bem' e o 'mal', o 'bonito' e o 'feio'são concepções individuais que cada um possui e quando se pretende impô-las aopróximo caracteriza-se o individualismo, o querer a 'verdade' para si emdetrimento do desejo do próximo.
Portanto, para que a paze a harmonia que levam à felicidade reinem sobre o planeta será necessário quecada um deixe de ter padrões de 'certo' e 'errado'. Abolindo-os oindividualismo (egoísmo) não terá onde se fundamentar e, com isso, extingue-se.Por isso dissemos no início que o 'novo tempo' não poderá surgir a partir defatores externos, mas apenas com uma reforma íntima: deixar de guiar-se pelospadrões de 'bom' e 'mal' e vivenciar o amor ao próximo como a si mesmopraticando a caridade (conferir aos outros os mesmos direitos que quer parasi).

A paz e a harmonia quelevam à felicidade com que almejam todos os seres humanizados jamais serãoalcançadas com a submissão de outros seres, ou seja, com a mudança deles para opadrão individualizado de perfeição de outro. Somente o fim desta vigilânciaconstante sobre as atitudes do próximo é que levará o ser a conseguir entrar nafelicidade universal.

Os acontecimentos domundo não se alterarão para que comece o novo mundo. Os"beligerantes", em todos os níveis, continuarão a existir, mas osoutros seres lhes concederão o direito de agir da forma que quiserem, semjulgá-los ou criticá-los, buscando a felicidade universal para cumprir a lei deDeus. Será através da fé no Pai Justo, Inteligente e Amoroso que se eliminará otemor em transformar-se em vítima do conflito gerado por outros.

Este é o novo mundo: ummundo igual ao que existe hoje, mas visto com outros olhos, sentido com outrossentimentos.
Este nova forma de ver esentir os acontecimentos, como já dito, é pessoal, ou seja, será alcançada porcada um ao seu tempo. Portanto, afirmo que não haverá uma mudança coletiva dodia para a noite na forma de sentir da totalidade da humanidade, mas,gradativamente, cada um se modificará promovendo a sua reforma e, desta forma,entrará no novo mundo.

Por este motivo, podemosentender que não existe um dia determinado onde o novo mundo se iniciará. Elesurgirá individualmente para cada um dentro de um espaço de tempo marcado porDeus para a reforma dos seres.

Portanto, meus amigos,não esperem que um novo dia comece como por um passe de mágica, pois isto nãoacontecerá. Esse dia só chegará para vocês quando tiverem conseguido a reformaíntima, quando não mais acreditarem e viverem os acontecimentos como fazemhoje, no 'tempo velho'.

O mundo novo onde reinea paz, a harmonia e a felicidade, não é um 'direito adquirido' do serhumanizado, mas trata-se de uma conquista, um merecimento. Apenas aqueles quepromoverem a sua reforma íntima, abandonando a visão "ser humano",conseguirão adentrar neste reino.

Para participar dessapaz, felicidade e harmonia não existem horas nem dias certos: tudo dependerá doesforço de cada um. Existem seres humanizados que conseguiram alcançar o 'novomundo' há muito tempo: São Francisco de Assis, Santo Agostinho e outros que,apesar de viverem uma existência humana no século passado, já vivenciaram suas'vidas' dentro daquilo que ainda hoje esperamos: o 'novo mundo'.

Mais recentemente, ChicoXavier, irmã Dulce, Madre Teresa de Calcutá e tantos outros espíritos anônimosconseguiram viver a vida carnal sem que paz e harmonia interior fossemafetadas, alcançando, assim, a felicidade universal. Conseguiram isto vivendono mesmo mundo, vivenciando os mesmos acontecimentos, que vocês.

As guerras, a miséria, afome, os conflitos foram os mesmos que vocês viveram e vivem no mundo, ou seja,que lhes tiram a paz, harmonia e felicidade. Eles, porém, não perderam esteestado de espírito. Portanto, você também pode realizar isso, sem que paratanto o 'mundo' precise alterar-se, que os acontecimentos atuais deixem deexistir.

Mas, como fazer viver assim?Em que é preciso acreditar para poder entender o mundo como estes seresencarnados entenderam e alcançaram, assim, o 'novo mundo'?
Em primeiro lugar épreciso eliminar de vez com a auto visão 'ser humano' que cada um tem de si.Não existe ser humano, mas espírito encarnado. Portanto, somos todos espíritos,encarnados ou não, e não seres humanos.

Chico Xavier, IrmãoDulce e tantos outros sabiam que eram 'filhos de Deus' elementos universais.Eles não acreditavam que eram as personalidades transitórias que cada umvivencia durante a sua encarnação. Eles sabiam-se elementos eternos euniversais e por isso não acreditavam no individualismo que lhes vinha à mentepara compreender a vida (dar realidades a ela).

E por causa dessa visãoque tinham de si mesmo, também não acreditavam na matéria, no mundo material.Eles compreendiam que, apesar de aparentemente viverem condições diferentesdaquelas que chamamos espirituais (o corpo, os objetos, etc.) que tudo isso eraapenas uma miragem do que é Real: o Universo.

Chico e tantos outrosnão acreditavam na vida material. Tinham a plena convicção de que tudo isso erauma pantomima criada ilusoriamente e que a Realidade (a vida espiritual)continuava a existir sempre. Por isso guiavam-se pelas máximas espirituais (amara Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, desejar para opróximo o que quer para si, etc.) ao invés de acreditar nos padrões humanos desatisfação.

Para eles, que viveram o'novo mundo' no mesmo 'lugar' onde outros viviam a o velho, nenhum dos apeloshumanos (privilegiar o seu bem estar, a sua vontade) eram importantes. Somentea busca de manter-se sintonizado às coisas espirituais e em perfeita harmoniaamorosa com Deus e com a irmandade espiritual guiavam sua forma de 'ver' omundo.

A partir destas crenças(que não há ser humano nem mundo material, mas apenas o espírito vivendo noUniverso) eles buscaram entender porque estavam vivenciando esse 'período' desua existência eterna ligado a uma personalidade transitória e descobriram que tudoisso trata-se apenas de provações ou missões para o espírito realizar.

Para eles não existia'acontecimentos de vida', mas situações que eram criadas para lhes dar aoportunidade de provar alguma coisa e, ao mesmo tempo, exercer uma missão emnome do Pai para que se transformassem no sal da terra para os irmãosencarnados: aquele que tempera a 'vida' dos outros. E, por Cristo, aprenderamainda que o único tempero que vale a pena ser saboreado é o amor.

A partir disso ChicoXavier, Madre Teresa de Calcutá e outros compreenderam finalmente que tudo queacontece tem como objetivo criar condições para que o espírito humanizado possaamar. Não um amor possessivo ou fundamentado no egoísmo como os sereshumanizados vivem, mas um amor incondicional, sem posses, sem direitos oudeveres, mas que simplesmente ame.

A partir destasconstatações o mundo mudou para estes seres. A fome e a miséria não setransformaram mais em tragédias ou agressões aos seres humanizados, mas uma oportunidadepara que quem vivencia ou assiste estas situações possa amar a tudo e a todos.Ao invés de sofrer com uns e acusar outros, amar indistintamente os agentesativos ou passivos da situação, para que as máximas divinas pudessem seratendidas.

Por isso seus mundosmudaram. Não mais existiam agentes a serem condenados, nem situaçõesconstrangedoras ou agressivas, mas apenas situações ilusórias que passaram aexistir apenas como uma oportunidade para que o amor superasse tudo. Este é o'novo mundo': uma 'vida' onde o amor supera a crítica e o sofrimento porque oser humanizado não mais está submetido às suas paixões e vontades, maspreocupa-se apenas em amar a todos.

Mas, para que isso fosseverdade para os seres humanizados que vivenciaram suas encarnações dentro de um'novo mundo', foi preciso que eles estabelecessem um relacionamento profundocom Deus e não com a matéria.

Eles viveram com Deus,para Deus e em Deus. E, quando isso acontece, o ser humanizado descobre maisVerdades que para ele são incompreensíveis: não cai uma folha da árvore sem queo Pai a faça cair, tudo que acontece é a Vontade do Pai.

Deus é Causa Primária detodas as coisas, ou seja, tudo se origina Nele.

Tal concepção setransforma em Verdade Absoluta na existência de cada um que alcança o 'novomundo'. Quando isto ocorre, os acontecimentos da vida deixam de ser praticadospor agentes carnais e tudo se transforma em emanação de Deus. E, se Deus faz,quem pode dizer a Ele que está 'errado' e ensiná-Lo o 'certo'?

Mas, apenas a cultura,ou seja, o saber destas Verdades que já pertencem aos ensinamentos dos mestresenviados pelo Pai (ver 'O Livro dos Espíritos', ensinamentos dos evangélicoscanônicos, de Buda e de Krishna) não foram o suficiente para que Madre Teresa,Irmã Dulce e outros conseguissem alcançar o 'novo mundo': foi preciso confiar eentregar-se a Deus, ou seja, ter fé.

A fé (confiança eentrega, absolutas e irrestritas) no Pai transforma o 'mundo' em que vive o serhumanizado. Por isso Cristo disse: a fé do tamanho de um grão de mostardaafasta as montanhas do seu caminho. Todos aqueles que quiserem viver o 'novomundo', não importa a que tempo ou em que lugar, precisarão necessariamenteentregar-se irrestritamente ao Pai confiando em seu Amor Sublime e na suaJustiça Perfeita.

A partir do momento quea fé entra em ação toda e qualquer compreensão (raciocínio) sobre osacontecimentos da vida, que é formada a partir das paixões e desejos do serhumanizado, extingue-se e sobra apenas o amor para ser vivido. Por isso, então,afirmo que a fé não pode ser raciocinada, ou seja, passar pelo crivo da razãoformada por paixões e desejos egoístas, mas que deve transformar-se numaentrega incondicional.

Também não estou falandoem fé cega. Até porque se estivesse falando não haveria problema algum, poisCristo ensina aos seus seguidores que quem quiser ver (compreender) será umcego.

A fé de quem vive o'novo mundo' não é cega, mas extremamente iluminada. Isto porque ela se ilumina(gera compreensão) a partir de Deus, da Inteligência Suprema do Universo, e doseu Amor e Justiça, que são frutos da sua Onipresença, Onipotência eOnisciência.

A compreensão das coisasdo mundo de Chico Xavier, Irmã Dulce, Madre Tereza e de outros, não sefundamentavam nas inteligências menores que estavam vivenciando naquele momento(a consciência que gera a personalidade que o ser humanizado vive durante aencarnação), mas sim no 'conhecimento' que tinham de Deus e do que Ele é para oUniverso: Pai amoroso, Senhor Supremo.

Nesta curtas linhas,então, descreve-se um ser universal que, mesmo humanizado, vive o 'novo mundo'.Trata-se daquele que compreende a si e ao mundo como espiritual e não material;daquele que sabe que não há uma vida para viver, mas acontecimentos que servemde provação para que ele possa colocar em prática todo o amor que 'aprendeu'antes da encarnação; e que entende que todo o Universo é regido por Deusatravés da Justiça Perfeita, mas fundamentada no Amor sublime que jamais fará o'mal' para um filho.

E, para se viver assimnão são precisos fatores externos nem esperar um determinado momento, mas bastaapenas cada um buscar entregar-se em perfeita sintonia com Deus, amando

O e se sentido amado porEle. Por isso, encerro essa mensagem com uma velha história.

Conta-se quena África, quando os primeiros raios do sol começam a aparecer, o leão levantae sai correndo. Ele sabe que, se não correr muito, não conseguirá alimentar-senaquele dia.

Na mesma África, quandoos primeiros raios do sol começam a aparecer, o veado também levanta e saicorrendo. Faz isso porque sabe que se não correr muito, não conseguirásobreviver e será comido pelo leão...

Portanto, não importa sevocê é veado ou leão, 'certo' ou 'errado', 'bonito' ou 'feio', cristão oumulçumano, oriental ou ocidental, espírita ou não, quando os primeiros raios dosol surgirem, levante-se e comece a correr no sentido de estabelecer estarelação amorosa com Deus. Só assim você poderá entrar no 'novo mundo'.


EspíritoAmigo Pai Joaquim de Aruanda - Médium Firmino José Leite.

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