
Marcos, 13:37
     O medianeiro tem muitas necessidades e, dentre elas, destacamos a de  policiar seus pensamentos, palavras e atos, para que eles não sirvam de  escândalos. Todo esforço que se faz para a harmonia da vida, é mais vida  que desfrutamos na essência de Deus. Um médium diligente cria na sua  mente como que uma peneira espiritual, por onde filtra o raciocínio e os  sentimentos, para que, a essa altura, a boca já fique resguardada,  tanto quanto a vista e os ouvidos. Jesus recomenda a oração, mas não Se  esqueceu de nos mostrar as necessidades da vigilância.
         Qual médium que pode se sentir seguro da doutrina que ajuda a  difundir, se não passou por sérios problemas, se não conheceu as  dificuldades da vida, se não luta por sua auto-educação? Todos nós temos  que passar pela peneira, que representa todos os contrários, e pelo  balanço das mãos que nos perseguem e caluniam. No impacto das nossas  deficiências com a luz do amor e da caridade, é que somos escolhidos  como apóstolos do Mestre.
    Vigiar é dever de todos, em  quaisquer trabalhos; porém, e arte difícil. Se vigiamos em demasia, a  imperceptível desconfiança chega, sem que a percebamos, e passamos a  sofrer as conseqüências dos tormentos das indecisões.
     Médium! Não penses, já que o Evangelho apresenta em toda a sua urdidura  uma simplicidade incomparável, que ele é fácil de ser entendido. Pelo  contrário, é um monumento literário de engenhosa estrutura. A sua  singeleza proporciona facilidade de decorar; no entanto, memorizar não é  conhecer a essência das idéias. É repetir textos que vêm à mente, sem  participação da inteligência. Mesmo assim, não queremos julgar quem quer  que seja; apenas usamos o assunto para trabalhar no ideal da  vigilância, que não deve passar a ser imprudência.
    ...  Educação dos médiuns... Quando usarem a palavra, mesmo que escapulam  alguns pensamentos que possam servir de ofensa a quem os ouve, devem  levar em conta a necessidade de peneirarem as emoções, para que as  idéias não se transformem em sons audíveis aos que os observam,  magoando-os, por invigilância, quando o intuito primeiro seria o de  exemplificar o amor.
    Se o primeiro chamado de Jesus é  para a oração, o sensitivo de bom senso deve ser obstinado na prece, sem  que ela fanatize os seus valores. Deve estender sua súplica dentro de  regras que a sabedoria computa; fugir do abuso e de repetições sem  proveito; entregar sua mente à oração, com a consciência sublimada no  amor. Compreender como esgotar as energias gastas do seu mundo, como  abrir as comportas para o Suprimento Maior, assimilando fluidos  imponderáveis e transformando-os em vida, para si e para a humanidade.  Muitos oram, porém poucos sabem como fazê-lo.

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