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quinta-feira, 22 de julho de 2010

Ser ou Estar Umbanda?

SER Umbanda é muito diferente de ESTAR Umbanda. Meus filhos espirituais, aos quais oriento e ensino, sabem muito bem que este é um ponto que venho trabalhando há muito tempo dentro do meu Terreiro, pois acredito que só entendendo e, mais do que isso, sentindo essa diferença é que se pode sair da condição de médium e passar para a condição de Instrumento de Deus. Tentarei aqui reproduzir em poucas palavras alguns dos inúmeros ensinamentos que já ouvi de Guias Espirituais para que possamos refletir e entender o que realmente é Ser Umbanda.

“O trabalho espiritual e de caridade foi gerado para que as pessoas pudessem ter a grande oportunidade de anular situações cármicas, ou pelo menos aliviá-las. Mas o que se vê é exatamente o contrário: médiuns aumentando seus carmas dentro dos próprios terreiros de Umbanda. Isso acontece devido ao abuso perante a espiritualidade, onde ‘médiuns’ aproveitam as incorporações para discutirem relações pessoais ou para dizerem aquilo que não têm coragem de fazer pessoalmente. Isso acontece devido à priorização de interesses pessoais pois observamos que muitos médiuns estão vestidos de branco realizando um “trabalho de caridade” mas esperando algo em troca, algo como um emprego melhor, um namorado ou quem sabe até a solução de seu casamento. Acontece também, talvez devido à falta de interesse do ‘médium’ pelo Plano Astral ou até descaso, de ouvirmos que “ é o Guia quem trabalha, não eu, por isso não tenho a obrigação nem a necessidade de saber nada”. Outra coisa que cansamos de ver é aquele médium que enche a boca para falar que “sexta-feira é dia de trabalho no Centro, é minha obrigação estar lá”. Quer dizer que entrar para o lado Sagrado da Espiritualidade é OBRIGAÇÃO? Definitivamente não! Isso é uma OPORTUNIDADE ÚNICA, é um momento mágico e Divino onde o Ser tem a permissão de fazer parte e conhecer. Não pode ser encarada como obrigação, mas feito com alegria, amor e satisfação. Observo que muitos médiuns estão perdendo essa oportunidade única para irem à academias, passeios, jantares … e depois reclamam da vida! É lamentável e triste ver que existem muitos médiuns aumentando seus carmas dentro dos Terreiros de Umbanda ao invés de eliminá-los. É lamentável.”

Sr. Exu Sete Catacumbas.

“ Quantos de vocês, médiuns, conseguem sentir o que é verdadeiramente um Orixá? Quantos de vocês conseguem realmente Ser umbandistas a ponto de deixarem de rezar o Pai Nosso para falar com os Orixás? Não que rezar o Pai Nosso seja errado, mas é cômodo e sistemático. A força dos umbandistas são os Orixás, que é o oculto, com energias próprias. SER UMBANDISTA é chegar a esse oculto através da mente e da fé, sem nada palpável ou provado, somente sentido.”

Boiadeiro Quebra no Laço.

“Ser umbandista é saber trocar o medo e as preocupações pela Fé.”

Preto-velho Vô Bento

“Um bom exemplo para entender a vida é imaginar-se dentro de um ônibus onde tudo à sua volta passa, somente o condutor (teu Mentor Espiritual) e o cobrador (a própria Lei) não desceram ou abandonaram os seus postos antes do tempo. As paisagens, as pessoas e as situações, tudo estará sempre em movimento. Às vezes esse ônibus estará cheio e você terá que praticar a tolerância e a paciência até o próximo ponto, e olhe, é melhor não reclamar ou esbravejar, pois se você criar muita confusão o ônibus terá que parar e demorará mais para chegar ao ponto final. Às vezes esse ônibus estará vazio e você só terá o motorista e o cobrador para conversar e aí tem que saber aproveitar e não somente reclamar, caso contrário o desânimo e a solidão vêm e você não vê a vida passar. Entender a vida é saber que a cada partida desse ônibus o ponto final fica mais perto, por isso anime-se a cada movimento e tenha esperança, você nunca sabe o que poderá encontrar lá adiante no próximo ponto.”

Baiano Seu Zé

Que Oxalá abençoe a todos os umbandistas para que consigam realmente abrir suas mentes e seus corações e, assim, sentirem o que é um Orixá, não através da incorporação simplesmente, mas através do Amor verdadeiro.

Muito Axé! E que cada um de nós possa, dia após dia, cada vez mais SER Umbanda !

Escrito por Mônica Caraccio

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