Seguidores

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Hoje é Dia da Umbanda - Dia 15 de Novembro - Parabéns Umbanda pelos seus 103 Anos


 Zélio Fernandino de Morais


 Como Surgiu a Umbanda...

Dedicar integralmente otempo das sessões ao atendimento aos necessitados, Zélio Fernandino de Morais,médium que recebeu o caboclo das sete encruzilhadas, o fundador da umbanda noBrasil, desencarnou em outubro de 1975, aos 84 anos de idade. De seu trabalhoincansável resultou a umbanda de hoje, que é sem dúvida, a religião que maiscresce no Brasil.

Da atitude de Zélio deMoraes que, incorporado, declarou estar “faltando uma flor”, na mesa daFederação Espírita de Niterói, surgiu uma das curimbas (pontos cantados) maisbelas da umbanda, que diz:


“Surgiu no jardim maisuma flor,
Mamãe Oxum trazendo paz e amor.

Que vai crescendo, pôr este imenso Brasil.
Bandeira branca de Oxalá, força do além,
Mãe caridosa que ao mundo deseja o bem...
vai sempre em frente em frente ,
ó minha umbanda querida,
leva a doçura da vida para aqueles que não têm !....”


Em fins de 1908, umafamília tradicional de Neves, Estado do Rio de Janeiro, foi surpreendida pôruma ocorrência que tomou aspecto sobrenatural: o jovem Zélio Fernandino deMoraes, que fora acometido de estranha paralisia, que os médicos não conseguiamdebelar, certo dia ergueu-se do leito e disse “Amanhã estarei curado”.

No dia seguinte,levantou-se normalmente e começou a andar, como se nada, antes, lhe houvessetolhido os movimentos. Contava apenas dezessete anos e destinava-se a carreiramilitar na marinha.

A medicina não soubeexplicar o que tinha ocorrido. Os tios, que eram padres católicos, foramcolhidos de surpresa e nada disseram sobre a misteriosa ocorrência.

Um amigo da famíliasugeriu, então, uma visita à Federação Espírita de Niterói, presidida por Joséde Souza, na época.

No dia 15 de novembro de1908, o jovem Zélio foi convidado a participar de uma sessão e o dirigente dostrabalhos determinou que ele ocupasse um lugar à mesa.

Tomado por uma forçaestranha e superior a sua vontade, contrariando as normas que impediam oafastamento de qualquer dos componentes da mesa, o jovem Zélio levantou-se edisse :

- Aqui está faltando umaflor!, e retirou-se da sala. Pouco depois, voltou trazendo uma rosa, quedepositou no centro da mesa.

Essa atitude insólitacausou quase um tumulto. Restabelecida a “corrente”, manifestaram-se espíritos,que se diziam de pretos escravos e de índios ou caboclos, em diversos, médiuns.Esses espíritos foram convidados a se retirar pelo presidente dos trabalhos,advertidos do seu atraso espiritual.

Foi então que o jovemZélio foi novamente dominado por uma força estranha, que fez com que elefalasse sem saber o que dizia (De acordo com depoimento do próprio à revistaSeleções de Umbanda, em 1975.).

Zélio ouvia apenas a suaprópria voz perguntar o motivo que levava os dirigentes dos trabalhos a nãoaceitarem a comunicação desses espíritos e pôr que eram considerados atrasados,se apenas pela diferença de cor ou de classe social que revelaram ter tido nasua ultima encarnação. Seguiu-se um diálogo acalorado, e os responsáveis pelamesa procuraram doutrinar e afastar o espírito desconhecido, que estariaincorporado em Zélio e desenvolvia uma argumentação segura.

Um dos médiuns videntesperguntou, afinal:

- Porque o irmão falanesses termos, pretendendo que esta mesa aceite a manifestação de espíritos quepelo grau de cultura que tiveram, quando encarnados são claramente atrasados? Equal é o seu nome irmão?

Respondeu Zélio, aindatomado pela força misteriosa:

- Se julgam atrasadosesses espíritos dos pretos e dos índios, devo dizer que amanhã estarei em casadeste aparelho (o médium Zélio) para dar início a um culto em que esses pretose esses índios poderão dar a sua mensagem e, assim , cumprir a missão que oplano espiritual lhes confiou.

Será uma religião quefalará aos humildes , simbolizando a igualdade que deve existir entre todos osirmãos, encarnados e desencarnados.

 E , se querem sabero meu nome , que seja este : “Caboclo das Sete Encruzilhadas”, porque nãohaverá caminhos fechados para mim.

O vidente interpelou aEntidade dizendo que ele se identificava como um caboclo mas que via nelerestos de trajes sacerdotais.

O espírito respondeuentão:

- O que você vê em mimsão restos de uma existência anterior. Fui padre e meu nome era Gabriel Malagrida.Acusado de bruxaria fui sacrificado na fogueira da Inquisição em Lisboa, no anode 1761. Mas em minha última existência física, Deus concedeu-me o privilégiode nascer como caboclo brasileiro.

- Julga o irmão quealguém irá assistir ao seu culto?, perguntou, com ironia, o médium vidente; aoque o caboclo das sete encruzilhadas respondeu:

- Cada colina de Niteróiatuará como porta-voz, anunciando o culto que amanhã iniciarei!
Zélio de Morais contouque no dia seguinte, 16 de novembro, ocorreu o seguinte:

- Minha família estavaapavorada. Eu mesmo não sabia explicar o que se passava comigo. Surpreendia-mehaver dialogado com aqueles austeros senhores de cabeça branca, em volta de umamesa onde se praticava para mim um trabalho desconhecido.

Como poderia, aosdezessete anos, organizar um culto? No entanto eu mesmo falara, sem saber o quedizia e por que dizia.
 Era uma sensaçãoestranha: uma força superior que me impelia a fazer e a dizer o que nem sequerpassava pelo meu pensamento.

- E, no dia seguinte emcasa de minha família, na Rua Floriano Peixoto, 30, em Neves, ao se aproximar ahora marcada, 20 horas , já se reuniam os membros da Federação Espírita,seguramente para comprovar a veracidade dos fatos que foram declarados navéspera, os parentes mais chegados, amigos, vizinhos e , do lado de fora,grande número de desconhecidos.

Às 20 horas,manifestou-se o Caboclo das Sete Encruzilhadas.

Declarou que se iniciavanaquele momento, um novo culto em que os espíritos de velhos africanos, quehaviam servido como escravos e que, desencarnados, não encontravam campo deação nos remanescentes das seitas negras, já deturpadas e dirigidas quaseexclusivamente para trabalhos de feitiçaria , e os índios nativos de nossaterra poderiam trabalhar em benefício dos seus irmãos encarnados, qualquer quefosse o credo e a condição social.

A prática da caridade ,no sentido do amor fraterno, seria a característica principal desse culto, queteria pôr base o Evangelho de Cristo e, como mestre supremo Jesus.

O Caboclo estabeleceu asnormas em que se processaria o culto: sessões , assim se chamariam os períodosde trabalho espiritual, diárias das 20 às 22 horas, os participantes estariamuniformizados de branco e o atendimento seria gratuito.

Deu, também, o nome dessemovimento religioso que se iniciava; disse primeiro allabanda (ou um dospresentes assim anotou) mas considerando que não soava bem a sua vibratória,substituiu-o por Aumbanda, ou seja Umbanda , palavra de origem sânscrita que sepode traduzir por “Deus ao nosso lado”, ou “o lado de Deus”.

Muito provavelmente,ficou o nome umbanda, e não Aumbanda, porque alguém anotou a palavraseparadamente (a umbanda).

A casa de trabalhosespirituais, que no momento se fundava, recebeu o nome de Nossa Senhora daPiedade, porque assim como Maria acolhe o Filho nos braços, também seriamacolhidos, como filhos, todos os que necessitassem de ajuda ou de conforto.

Ditadas as bases do culto,após responder, em latim e em alemão às perguntas dos sacerdotes ali presentes,o Caboclo das Sete Encruzilhadas passou a parte pratica dos trabalhos, curandoenfermos, fazendo andar aleijados.

Antes do término dasessão, manifestou-se um preto velho. Pai Antônio, que vinha completar ascuras.

Segundo o jornal Gira deUmbanda (n.º 19 “As Verdadeiras origens da Umbanda do Brasil”), foi esse guiaquem ditou o ponto hoje cantado no Brasil inteiro “Chegou, chegou, chegou,com Deus, chegou, chegou o Caboclo das Sete Encruzilhadas”.

Nos dias seguintes, verdadeiraromaria se formou na Rua Floriano Peixoto, n.º 30, em Neves.

Enfermos , cegos,paralíticos, vinham em busca de cura e ali encontravam , em nome de Jesus.Médiuns (cuja manifestações haviam sido consideradas loucuras) deixaram ossanatórios e deram provas de suas qualidades excepcionais.

Estava fundada a umbandano Brasil. 15 de novembro seria posteriormente, dia nacional da umbanda.

Cinco anos mais tarde,manifesta-se o orixá Malé exclusivamente para a cura de obsedados e o combateaos trabalhos de magia negra (obs. Orixá, na realidade não incorpora, apenasmanda sua vibração à terra, é comum no estado do Rio, trata-se de um guiaespiritual pela denominação do orixá segundo Ivone Mangie Alves Velho, em seulivro Guerra de Orixá).

Dez anos após a fundaçãoda Tenda Nossa Senhora da Piedade (registrada como tenda Espírita , porque nãoera aceito na época, o registro de uma entidade com especificação de umbanda),o Caboclo das Sete Encruzilhadas declarou que iniciava a segunda parte de sua missão:a criação de sete templos , que seriam o núcleo do qual se propagaria areligião da umbanda.

Em 1935, estavam fundadosos sete templos idealizados pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas , sendo curiosaa fundação do sétimo , que receberia o nome de Tenda São Gerônimo (a casa deXangô).

Faltava um dirigenteadequado ao mesmo, quando numa noite de quinta feira, José Alvares Pessoa,espírita e estudioso de todos os ramos do espiritualismo, não dando muitocrédito ao que lhe relatavam sobre as maravilhas ocorridas em Neves , resolveuverificar pessoalmente o que se passava.

Logo que assomou à portada sala em que se reuniam os discípulos do Caboclo das Sete Encruzilhadas, esteinterrompeu a palestra e disse:

- Já podemos fundar aTenda São Jerônimo. O seu dirigente acaba de chegar.

O Sr. Pessoa ficou muitosurpreso, pois era desconhecido no ambiente. Não anunciara a sua visita e vieraapenas verificar a veracidade do que lhe narravam.

Após breve diálogo em queo Caboclo das Sete Encruzilhadas demonstrou conhecer a fundo o visitante, JoséAlvares Pessoa assumiu a responsabilidade de dirigir o último dos sete templosque a entidade criava.

Dezenas de templos etendas porém , seriam criados posteriormente, sob a orientação direta ouindireta do Caboclo das Sete Encruzilhadas.

Em 1939, o Caboclo dasSete Encruzilhadas determinou que se fundasse uma federação (que posteriormentepassou a à denominação de União Espírita de Umbanda do Brasil, segundo relataSeleções de Umbanda n.º 7 1975), para congregar templos Umbandistas e quedeveria ser o núcleo central desse culto, em que o simples uniforme branco dealgodão, dos médiuns estabelecia a igualdade de classes e a simplicidade doritual permitia.


Texto extraído do JUS - JORNAL DE UMBANDA SAGRADA

     Salve Umbanda! Parabéns Umbanda pelos seus103 anos de história!


Saravá a todos os Irmãos que fazem parte dessa Festa! Paz e Luz!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...