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terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Avante, Filhos de Fé...



Ativismo na Umbanda

1.    Ser ativo ou passivo na Umbanda
AUmbanda é uma religião onde todos são tratados e reconhecidos como iguais,independente da raça, sexo, condição social, espécie, entre outros, eprincipalmente, é formada por pessoas “ativas”, que se dispõem comovoluntários, sem medir esforços para o desenvolvimento espiritual e ajuda aopróximo.

Sercomposta por membros ativos permite que a Umbanda seja feita por todos osinteressados da comunidade onde ela está inserida, quebrando ainda mais asbarreiras de preconceitos e exclusão da sociedade.

Porém,passado certo tempo na religião, algumas pessoas questionam que “se sempre foi assim, o que é que eu possofazer?”. Nesse caso há uma inversão nos papéis dessas pessoas onde deixamde ser ativas para se tornarem passivas, ou seja, aceitam tudo o que outrosdizem ou se tomam a base que está formada no terreiro como verdadeira eimutável, perdendo o interesse na busca por novas informações e bloqueiam odesenvolvimento da Umbanda local.

Afinal,o que “posso fazer?”.

Estudarmais, procurar respostas, questionar os guias, questionar outros sacerdotes etentar encontrar meios que respondam as perguntas que eliminariam essaconformidade!

Outrofator importante da Umbanda é que não há heresia na religião! Questionar tudoleva ao conhecimento e à evolução, e a Umbanda permite e deve evoluirjuntamente com todos os seus membros, pois só assim caminhará lado a lado com asociedade. 

2. Macumba
Entãoos verdadeiros umbandistas são ativos, questionadores e pesquisadores. E sãomacumbeiros?

Dependedo que definimos como “macumba”.

Hávárias explicações de muitos estudiosos e escritores de religiões sobre aorigem da palavra macumba, mas a que é mais aceita por muitos é de que macumbaé um instrumento musical de uma tribo africana.

Mascerta igreja, vendo que muitos de seus adeptos começavam a se interessar pelosbatuques das senzalas, e com medo de diminuir seu séquito, resolveu criar aideologia de que aquilo que era praticado pelos negros era diabólico, eassociou as palavras africanas mais fortes com satanás, como por exemplo, apalavra Exu passou a ser o próprio anjo do mau, e macumba, que substituía apalavra ebó, que era a oferenda aos Orixás.

Oque mais chocava, e ainda choca, as pessoas em um ebó, ou “macumba”, é quandohá animais mortos. Há sempre a impressão de que houve tortura para com oanimal. Se tiver tortura e cadáver, faz parte do demônio, como pensam amaioria.

Poroutro lado, essa mesma igreja pegou as palavras Umbanda, Candomblé e Quimbandae colocou-as em um liquidificador, misturou tudo, e jogou aos quatro ventos deque era a mesma coisa. Outras igrejas desprovidas de dogmas e por não ter o quedizer, assumiram isso como verdade e adotaram a idéia, chegando escrever atélivros sobre o assunto.

Encontramosumbandistas que acham que isso é verdade, de tão boa que a propaganda foifeita.

Paradeixar claro, teoricamente a Umbanda não faz o sacrifício animal em seusrituais, mas assim como há muitos candomblés que também não o praticam em seusrituais, há umbandistas que o praticam.

Logo,o umbandista não é macumbeiro que faz um ebó com animal. Mas é macumbeiroquando utiliza vários instrumentos musicais em seus rituais, incluindo averdadeira macumba, instrumento parecido com um reco-reco.

3.    Ser ou não ser afro
Sea igreja juntou a Umbanda, o candomblé e a Quimbanda como se fosse uma religiãosó, há algo que as interliga?

Háquem diga que o fato dessas três religiões utilizarem nomes de Orixás africanoselas podem ser chamadas de “afro-brasileiras”, daí a ligação.

Vejamosbem, no caso da Umbanda, que é uma religião originada de uma mistura entrealguns rituais de povos africanos, da igreja católica romana, do espiritismokardecista francês e ritual indígena brasileiro, e principalmente sobre aorientação dos guias espirituais, tornando-a a mais brasileira de todas asreligiões, é mais conveniente intitulá-la de brasileira do que afro-brasileira.

Oprefixo afro remete a toda África, continente que possui milhares depovos e tribos com vários rituais e deuses, muito diferente do que é seguido epraticado na Umbanda.

Parareforçar a idéia de que a Umbanda não é afro, notemos que os nomes dos Orixásvieram de várias tribos de regiões diferentes do continente africano, nomes queforam somados ao conhecimento e união de escravos de várias tribos numa mesmasenzala, ou posteriormente com a união de escravos de várias senzalas. Muitastribos adoravam apenas um ou outro desses Orixás e nenhuma adorava a mesmasequência que a Umbanda ou o Candomblé, por exemplo. Há outras tribos quedesconheciam por completo esses Orixás e usavam outros nomes ou deuses. Algumastribos praticavam ritual onde envolvia humanos em sacrifícios. Havia ainda, emuma tribo ou outra, ritual onde era feito sacrifício animal toda vez queocorria uma sessão religiosa.

Dizerque a Umbanda é afro é aceitar que ela permita em seu dogma um pouco de tudo oque há na África, o que não é verdade, pois apenas uma pequena parcela deritual africano é que é utilizado.

Maspara muitos, a Umbanda é afro-brasileira, e neste caso é desconsiderado orestante dos rituais da África. As parcelas do ritual católico, francês,indígena brasileiro e espiritual são ignoradas nessa definição, senãopoderíamos definir como religião afro-ítalo-franco-ameríndia-brasileira.

Etem mais. Por ser considerada afro-brasileira, dizem que a Umbanda é irmã deoutras religiões afro-brasileiras, como o Candomblé, por exemplo, e por isso,deve haver uma parceria de uma para com a outra.

4.  Respeito eapoio
Porser religião, a Umbanda deve ter e manter respeito por todas as religiões.Todas sem exceção. Independente de ser ou não afro, a questão deirmandade pode ou não ser considerada, mas o que devemos ter em mente é:respeito é diferente de apoio.

Apoiaralgo é aprovar o mesmo, e desde que não fira os dogmas da religião é louvávelse, além da parceria, há o apoio por outra religião.

Parailustrar a diferença entre respeito e apoio, tomemos como exemplo um casorecente (novembro/2010) onde o prefeito Barjas Negri de Piracicaba, vetou a leiproposta pelo vereador Laércio Trevisan Jr., de proibição do uso de animais emrituais religiosos. (veja mais em: http://www.tribunatp.com.br/modules/news/article.php?storyid=7405).

Sea lei fosse sancionada pelo prefeito, abrir-se-ia precedente para que outrascidades proibissem o uso de animais em rituais religiosos, prejudicandodiretamente o Candomblé, que é quem utiliza os mesmos em seus rituais.

Sea Umbanda é preservação da natureza, é paz e amor, é respeito por todas asformas de vida, e não utiliza animais em seus rituais, não faz sentido aUmbanda apoiar o Candomblé nesta suposta vitória com o veto do prefeito dePiracicaba.

Apoiar,neste caso, remete a Umbanda a aceitar que animais sejam imolados por outrasreligiões, quebrando assim as bases que contradizem o mesmo.

Nestecaso, a posição que deveria ser assumida pelos umbandistas seria: respeitamos oCandomblé com seus rituais, mas não apoiamos o veto do prefeito de Piracicaba enão vemos motivos para comemoração, pois quem sai perdendo são os animais, quesão sagrados para a Umbanda.

Simplesmenteapoiar o veto e dizer que isso é uma vitória das religiões afro-brasileirasé assumir a posição passiva da Umbanda, e se conformar: se sempre foi assim, oque eu posso fazer?

5.  Porque aUmbanda respeita os animais
Segundoo filósofo Mário Sérgio Cortella “nós somos mortais e todos os outrosanimais são imortais, pois os seres humanos são os únicos que tem a consciênciade que vai morrer, pois quando não há a consciência não existe o fato paraaquele que não o sabe. O animal vive cada dia como se fosse o único e o serhumano vive cada dia como se fosse o último”.

Infelizmente,por se achar o ser mais inteligente do nosso planeta, o ser humano acredita sero único que possui espírito, e o resto é criação divina para servir ao bemestar do homem.

Tendoou não consciência de sua existência, sabendo ou não reconhecer-se em umespelho, tendo ou não inteligência para solucionar problemas complexos, osanimais sentem dor, medo, fome, frio, alegria, ansiedade, entre tantossentimentos iguais aos sentimentos humanos. Se há sentimento, há espírito. Sehá espirito, neste caso temos a irmandade entre humanos e animais.

Seo espírito humano é mais ou menos evoluído que o espírito do animal não cabeneste texto.

Seos animais possuem espírito eles merecem o mesmo respeito que os humanos.

AUmbanda respeita toda a criação divina. Sejam humanos, animais, plantas, água,ar, etc., tudo merece respeito.

Acreditarque o ser humano é o centro da criação divina vai contra os ensinamentos dosguias espirituais que dizem que todos os seres são iguais. Os animais não foramcriados para a subserviência do homem.

Sesomos iguais, se possuímos espíritos, se temos a mesma importância na criaçãodivina, qual é a diferença do sacrifício animal do sacrifício humano?

Nãohá.

Matarum bode para utilizar seu sangue pode ser considerado o mesmo que matar umacriança para o mesmo objetivo.

Oque alegam os responsáveis pelo sacrifício é a dificuldade em conseguir osangue para o ritual, aparentemente necessário para se conseguir axé eenergias.

Oque a Umbanda faz é substituir o sangue animal pelo sangue vegetal em seusrituais sem perder o axé e poder. O sangue vegetal pode ser o sumo de plantasou o mel, por exemplo.

Assimcomo há várias “umbandas”, onde uma ou outra faz o uso do sangue animal, hácandomblés que não fazem o uso do mesmo, como exemplo, há o Candomblé Verde http://verdesfolhas.blogspot.com/.

6.    Mudanças na Umbanda
AUmbanda é uma grande religião formada por vários segmentos e vários pensadorese estudiosos que delineiam seus caminhos, sem um órgão centralizador, e porisso não possuem heresias em seus fundamentos.

Questionaros dogmas da religião pode levar a evolução, o que trás melhorias, axé e forçaspara todos.

Aotrocar o axé animal pelo axé vegetal, não houve perda de axé no ritualumbandista, houve aumento de axé, pois foi substituído a dor e sofrimento de umanimal pela força e energia contidas nas plantas e ervas.

Háterreiros que estão substituindo o marafo dos Exus por água de coco.

Substituiu-seo fumo industrializado com substancias tóxicas, por mistura de ervas naturais.

Sãopessoas ativas que buscam soluções e melhorias. São essas pessoas quequestionam os porquês de cada coisa, buscam respostas e ajudam na evolução daUmbanda.

Umbandarepensada, questionada e estudada, é uma Umbanda que evolui e respeita acriação divina, respeita os seres humanos, os animais e as plantas.

Sesempre foi assim, quero saber por que, se puder irei mudar, melhorar e ajudar.


Por:Newton Carlos Marcellino



Umbanda é... Religião, Brasileira, Caridade, Caminho, Fé, Respeito, Cristã, Viva, Salve, Saravá... Umbanda é Amor!

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